Os jogadores ingleses se ajoelharam depois do veto à braçadeira com as cores do arco-íris. E os iranianos fizeram silêncio em apoio a manifestações por direitos humanos no país deles. Com a bola rolando, a Inglaterra goleou por 6 a 2.

A Inglaterra venceu o Irã com uma goleada nesta segunda-feira (21) na Copa do Mundo.
Em um jogo de Copa há os que fazem questão de mostrar o orgulho do país e há quem prefira mandar um recado de protesto. Entre os torcedores iranianos, muitos estavam com camisas que defendiam os direitos das mulheres. Elas sofrem com a opressão no país.
Sarah diz que é importante mostrar ao mundo o que está acontecendo no Irã. Segundo ela, muitas mulheres inocentes são mortas apenas por lutar por liberdade.
A emoção da iraniana no hino era marcante, já que na terra natal ela não poderia estar na arquibancada. As mulheres são proibidas de frequentar estádios no país.
Os ingleses também tinham uma mensagem: de joelhos, protestaram contra o racismo, mas não puderam se manifestar a favor da causa LGBTQIA+. A Fifa não deixou o capitão inglês Harry Kane usar uma braçadeira com as cores do arco-íris, sob ameaça de levar um cartão amarelo. No Catar as relações homoafetivas são criminalizadas.
A braçadeira esteve no campo, com a ex-jogadora e comentarista da rede britânica BBC Alex Scott. E Kane acabou usando uma que a Fifa forneceu com uma frase contra a discriminação.
Além das manifestações, foi um jogo cheio de gols. E no passeio inglês no estádio Khalifa, uma nova geração mostrou ao mundo do que é capaz: Jude Belingham, de 19 anos, e Bukayo Saka, de 21. Dois estreantes em Copa.
Antes de começar o show deles, um susto. O goleiro Beiranvand se chocou violentamente com o companheiro Housseini. O jogo ficou oito minutos paralisado para atendimento. Por causa de uma suspeita de concussão, Beiravand saiu para a entrada de Hossein.
Ainda frio em campo, o goleiro iraniano levou um susto quando o zagueiro Maguire cabeceou no travessão, um indício de que viria a avalanche inglesa. Primeiro, com a cabeçada de Belingham. Depois, com a força de Saka.
Harry Kane, goleador e maior astro do time, dessa vez estava distribuindo passes para gol. Teve para o Sterling, e depois Saka, sem muita pressão, fez o quarto com a tranquilidade de um veterano. Ele foi eleito o melhor em campo.
Nesse jogo aberto, Taremi encontrou um espaço na defesa inglesa. E logo depois Rashford, que tinha acabado de entrar, também fez o dele.
Até que veio o último gol da Inglaterra, num jogo que já estava encaminhado. Grealish tornou esse momento eterno para um pequeno inglês. Na comemoração, ele cumpriu uma promessa que fez a Finlay, de 11 anos. O menino, que tem paralisia cerebral, pediu ao jogador: “Você pode dançar assim.” Grealish prometeu que faria e cumpriu.
Ainda teria um pênalti nos acréscimos, de Stones em Pouraliganji. O árbitro brasileiro Raphael Klaus, mais um estreante em Copas, foi ao VAR e marcou.
Taremi cobrou bem, mas não fez tanta diferença: Inglaterra 6 x 2 Irã.
Nesse jogo em que os iranianos mostraram mais força na arquibancada do que em campo, os torcedores ingleses ganharam da seleção uma estreia inesquecível. (GE)
