Home Brasil Ataques cardíacos crescem entre os jovens nos últimos 15 anos

Ataques cardíacos crescem entre os jovens nos últimos 15 anos

por Atitude Notícias
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Mais de 24 mil pessoas foram internadas com problemas no aparelho circulatório

Geralmente associada a pessoas mais idosas, doenças como acidente vascular cerebral (AVC), infarto e parada cardíaca são as principais causas de morte em todo mundo e os jovens não estão isentos a estes riscos. Devido a maus hábitos no estilo de vida, o número de casos de ataques cardíacos em pessoas com até 30 anos aumentou no Brasil. Segundo o Instituto Nacional de Cardiologia (INC), nos últimos 15 anos, o aumento foi de cerca de 10% no número de casos.

Na Bahia, a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) informou que em 2023, mais de 24 mil pessoas foram internadas por conta de doenças no aparelho circulatório. Destes 24 mil casos, 10 mil óbitos foram computados pela secretaria.

O especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e professor da Universidade Estadual da Bahia (UNEB) Cláudio das Virgens explica que a doença coronariana obstrutiva por placas de colesterol é a principal causa de infarto agudo do miocárdio (IAM), mas na população jovem, há outros fatores de risco para IAM. “Podemos destacar que a presença de história familiar de doença coronariana (IAM, cirurgia de revascularização miocárdica, angioplastia coronariana em familiares de 1º grau como pai, mãe, irmãos, com idade menor que 55 anos para homens e menor que 65 anos para mulheres), tabagismo, alterações de colesterol, intolerância a glicose, diabetes e uso de drogas.A cocaína, por exemplo, é uma das mais frequentes causas de IAM nessa população”, pontuou o cardiologista. Dr. Claudio ainda destacou que além detudo que foi citado, somando a um estilo de vida emque o indivíduo consome drogas, é sedentário, possui obesidade, além do estresse do dia a dia, acaba se correlacionando com este aumento dos casos na população mais jovem.

Dr. Cláudio ressaltou também que o uso de drogas como cocaína e seus derivados podem causar morte súbita. E que essasdrogas são responsáveis por até 50% de quadros de dor torácica não traumática nas emergências.

Sobre o tratamento, o cardiologista salienta que o tratamento não tem distinção de pessoas mais velhas ou mais jovens, sendo padrão para qualquer indivíduo. “Quando a pessoa dá entrada na emergência com dores no peito, a primeira coisa a ser feita é um eletrocardiograma seriado (ECG), até porque, metade dos pacientes que são admitidos com suspeita clínica de IAM tem o primeiro ECG normal. Seriar o exame aumenta as possibilidades de diagnóstico do tratamento específico que salva vidas”, pontuou Dr. Cláudio, que lembra que cada caso pode ter um diagnóstico diferente e que na população jovem, o médico deve estar atento em outras doenças graves que podem aumentar o risco de morte, como a embolia pulmonar, dissecção de aorta, mio pericardite e ruptura de esôfago.

O cardiologista ainda informou que após a alta hospitalar, para o tratamento e a recuperação terem efeito, medidas necessárias como abandono do tabagismo, tratar da hipertensão arterial, controlar o diabetes, tratamento da drogadição, controlar o colesterol e mudar o estilo de vida sedentário para uma vida mais saudável são recomendados.

Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que o Brasil é o país mais sedentário da América Latina. 84% dos jovens de 11 a 17 anos são sedentários. E de acordo com o Ministério da Saúde, a cada 2 minutos, uma pessoa morre no país devido a doenças cardiovasculares, como infarto, AVC e insuficiência cardíaca, o que torna essas doenças a principal causa de mortes no Brasil. (Tribuna da Bahia)

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