Home Cultura “Capoeira é o grande antídoto contra o individualismo”, destaca Bel Pires

“Capoeira é o grande antídoto contra o individualismo”, destaca Bel Pires

por Atitude Notícias
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Palestra foi ministrada para a comunidade nesta segunda-feira

Nesta segunda-feira, 27, em alusão ao Novembro Negro, aconteceu no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do Conceição II, uma palestra aberta para a comunidade com o tema: “Educação, Racismo e Trajetórias de Familias Negras”, sob o comando do professor e historiador Bel Pires. 

Durante a palestra, foi homenageado o mestre de capoeira Kel, de 67 anos, pioneiro na luta contra o racismo na cidade. Também compunha a mesa de discussões, o professor Edivaldo Almeida, mestre de capoeira, homenageado pela equipe do CRAS pelo seu trabalho realizado com crianças, adolescentes, mulheres e idosas dentro do serviço de convivência. 

Segundo Ivanete Rios, assistente social e coordenadora do CRAS Conceição II há mais de 10 anos, a importância dessa palestra é conscientizar a comunidade sobre a luta e combate ao racismo. 

“Nosso objetivo é passar informação para a comunidade sobre preconceitos, principalmente os raciais, quais são os nossos direitos, como eliminar esses preconceitos e valorizar a si mesmo. Ainda precisamos falar sobre isso em pleno século XXI”, disse. 

A homenagem ao mestre de capoeira Kel, sua luta contra o racismo e a vivência na capoeira. “Essa homenagem a Kel é por ele ser um morador da nossa área de abrangência, que sempre abraçou a causa do racismo, sempre valorizou a capoeira e hoje está com 67 anos. Como ele está ali, forte, participando, ainda jogando capoeira, para a gente aqui da comunidade é algo de grande importância. E ele com 85 anos dá um show! Então é importantíssimo a gente valorizar essa pessoa”, disse Ivanete. 

Segundo o historiador Bel Pires, a prática da capoeira é um símbolo de resistência contra o racismo, além de ser um antídoto contra o individualismo ao unir as pessoas. 

“Na parte do esporte direcionado à capoeira podemos ver um elo para amenizar mais essa situação do racismo. A capoeira é ajuntamento. A capoeira é um espaço onde as pessoas se encontram, onde as pessoas se abraçam, onde as pessoas exercitam a alegria juntas. O modelo centro-europeu de estruturação da sociedade e da vida em sociedade é individualista. As pessoas aprendem a serem individuais, a cada um fazer o seu no seu canto. A capoeira é o grande antídoto contra o individualismo”, explica. 

“Tudo ainda é mais difícil para as famílias negras”, destaca Bel durante palestra. “As famílias negras carregam as marcas que despertam a violência do racismo, dentre outras violências. Então, às vezes a gente fala sobre o racismo, mas a gente não toca nas famílias negras enquanto possibilidade, enquanto paradigma de como essas pessoas conseguem migrar em busca de sobrevivência e são atravessadas pelas diferentes violências, e de como elas conseguem superar tudo isso”, completa. 

(SECOM/PMFS)

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