Poeta, jornalista e abolicionista, Francisco Sales Barbosa continua tendo sua importância reverenciada graças ao trabalho da professora Cintia Portugal

Em mais uma ação do Museu à Céu Aberto Sales Barbosa (MASB), realizada na manhã do dia 4 deste mês, uma equipe da Oficina de Mosaico do Centro Universitário de Cultura e Arte (CUCA) concluiu o revestimento com mosaico de mais um banco do Calçadão Sales Barbosa, ao lado do Mercado de Arte Popular (MAP).
Segundo a poetisa, escritora e professora universitária, Cintia Portugal, fundadora do Instituto Sales Barbosa, foi o nono banco a ganhar esse tipo de revestimento, o que dá ao local, extremamente comercial, um aspecto interessante e mais humanizado.
Em cada um dos nove bancos, todos eles com alguma referência importante. Há um, por exemplo, externando homenagem ao Fluminense de Feira Futebol Clube – está inserido um verso de autoria do feirense Sales Barbosa.
No trabalho realizado no dia 4 deste mês atuaram os integrantes da Oficina de Mosaico do CUCA: Elizabete Barbosa, Luciana Santos, Gabriele Alexandre, Railda Reis, Aurélio Freitas, Ana Caroline da Cruz Silva, Mateus Reis e o artista plástico Badeca (Marcos Oliveira) que coordenou os trabalhos abrilhantados pelo saxofonista David Cesar, de apenas 15 anos – que começou aos 12 anos – e já integra uma orquestra. Ele estuda no CUCA, com o pensamento voltado para ingressar na Marinha Brasileira como músico.
Cintia Portugal explica que a ideia de promover o revestimento dos bancos com mosaico colocando sempre um verso do poeta surgiu durante o seu mestrado no Rio de Janeiro. De volta a esta cidade, ela elaborou o projeto protocolando-o na Prefeitura. Logo após, conheceu Gabriele Alexandre, da Oficina de Mosaico do Cuca, que apoiou a ideia. O revestimento dos bancos começou em setembro do ano passado. Nove bancos estão prontos, faltado quatro para a conclusão do projeto.
A presidente do Instituto Sales Barbosa, Cintia Portugal, autora do interessante livro Caminhando pela Cidade, que fala sobre os patronos de muitas ruas de Feira de Santana, desenvolve um trabalho minucioso em relação a obra de Sales Barbosa, que inclui a fixação de mensagens do poeta nos bancos do Calçadão que leva o seu nome e por ela batizado de Museu a Céu Aberto Sales Barbosa, o que além de inédito, está capacitado a promover, como pretende Cintia Portugal, a perpetuação da história do homenageado.
Francisco de Sales Barbosa nasceu em Feira de Santana, em 29 de janeiro de 1862, filho do casal João Zacarias Barbosa e Alexandrina Moraes Barbosa. Através de jornais expunha sua repulsa e preocupação com a realidade do país ‘miséria do povo, escravidão e falta de leitores’. Era a essa altura, o poeta, o jornalista e o abolicionista. Começou suas incursões jornalistas em 1874 em O Parasita.
Aos 17 anos com o também poeta Libanio Ferreira de Moraes, fundou o Echo Feirense. Depois ambos estudaram na Faculdade de Direito de Recife, onde Sales Barbosa fundou em 1884 o Jornal Sabedoria. Em Aracaju atuou no jornal A Marselhesa. Foi um advogado respeitado, assim como jornalista e poeta, ligado ao abolicionismo. Era intransigente defensor da liberdade dos escravos. Por todos esses predicados, Sales Barbosa tem, nos dias atuais, a professora e poetisa Cintia Portugal, como uma dedicada defensora.
Por: Zadir Marques Porto – Foto Valdenir Lima