Home Bahia Mais de 20 mil pessoas foram picadas por escorpiões na Bahia no último ano

Mais de 20 mil pessoas foram picadas por escorpiões na Bahia no último ano

por Atitude Notícias
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Em janeiro deste ano, estado já computou 718 casos

No último ano, a Bahia registrou 24.049 acidentes por escorpião. Desse total, seis pessoas morreram e 64 foram hospitalizados, de acordo com dados do Centro de Informação e Assistência Toxicológica da Bahia (CIATox-BA), entidade vinculada à Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab). O número de óbitos foi o mesmo computado em 2023, mas foram registrados 791 casos a mais do que naquele ano.

O crescimento de casos não tem causa determinada por especialistas, mas fatores como o excesso de calor e a facilidade de reprodução dos escorpiões em ambientes quentes e com pouca higiene formam uma combinação que pode justificar o cenário. Em janeiro de 2025, no entanto, foram registradas 718 ocorrências na Bahia – sendo o menor número nesse período dos últimos dois anos; à época, cada um havia computado mais de 2 mil casos.

As cidades baianas que mais registraram acidentes por escorpião em 2024 foram Vitória da Conquista (1.012), Jequié (555), Feira de Santana (547), Irecê (406) e Seabra (360). Vitória da Conquista, inclusive, lidera em número de ocorrências desde 2023 e, em janeiro de 2025, mantém a tendência, com 56 casos já registrados. 

A maioria das ocorrências de contato com escorpião que levaram os baianos ao hospital não tiveram o local especificado. Por outro lado, dentre as áreas identificadas, as zonas rurais eram os ambientes mais comuns. Esse foi, inclusive, o local em que Ana Maria Braga estava no momento que pisou o animal no último sábado (1º), no interior de São Paulo. Ela foi hospitalizada às pressas, recebeu o tratamento indicado e já teve alta.

Especialistas alertam, no entanto, que nem todos os casos têm desfechos felizes como o da apresentadora. Isso ocorre porque algumas espécies do animal têm venenos mais potentes.

De acordo com o professor Artur Dias Lima, doutor em Biologia Parasitária, docente de ecologia médica da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e professor da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, a mais perigosa é o escorpião amarelo, cuja espécie é o Tityus serrulatus. “O veneno dessa espécie, por ser neurotóxico, atinge o sistema nervoso podendo causar insuficiência no coração e nos pulmões (cardiorrespiratoria)”, aponta.

O grupo de maior risco são as crianças, conforme aponta Clarice Cerqueira, que é infectologista e autora de um livro sobre animais peçonhentos. “As crianças tendem a colocar mais as mãos em entulhos e em diversos locais com tijolos. Geralmente, são os membros superiores os mais acometidos”, diz.

Os sintomas da picada começam com uma dor forte, que às vezes exige a injeção de anestésico local por conta da intensidade. A depender da quantidade de veneno injetado pelo escorpião, a pessoa afetada pode ter complicações sistêmicas, o que inclui arritmia (aceleração do coração) e edema agudo de pulmão (inchaço no pulmão), que podem levar a óbito.

Para garantir as chances de sobrevivência, a primeira atitude após ser picado é a de lavar o braço com água e sabão. “Não é para fazer torniquete, ingerir bebida alcoólica, colocar folha ou pomada no local. Tem que lavar a região e procurar atendimento médico. Recomendamos que a pessoa permaneça deitada e hidratada”, recomenda Clarice Cerqueira, que é infectologista e autora de um livro sobre animais peçonhentos. (Correio24hs)

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