Rubro-negro sofreu durante os 90 minutos, mas abriu o placar no primeiro tempo e segurou o resultado

Tabus mostram como a história foi construída, ou pelo menos recortes dessa história. Entre Santos e Vitória, a equipe baiana viajava para o estado de São Paulo e sempre voltava para Salvador lamentando jogos sem vencer. Até esta noite. Nesta segunda-feira (20), o Leão reescreveu a história e venceu o Peixe pela primeira vez como visitante. A partida, válida pela 29ª rodada do Campeonato Brasileiro, foi decidida ainda no primeiro tempo, com gol de Matheuzinho.
Em relação ao time que venceu o Bahia, os rubro-negros entraram em campo com três ausências de titulares. O zagueiro Camutanga e os atacantes Erick e Renato Kayzer receberam o terceiro cartão amarelo e ficaram de fora contra o Peixe. Já o volante Dudu, expulso no Ba-Vi, também não pôde jogar.
Com o resultado, o Leão soma mais três pontos, chega aos 31 e iguala a equipe paulista, primeiro time fora da zona de rebaixamento, em pontuação. Com a confirmação da virada de chave, os comandados de Jair Ventura terão quatro dias de descanso e treino antes de voltar ao Barradão para enfrentar o Corinthians no próximo sábado (25). A bola rola às 16h.
O JOGO
A ansiedade dos torcedores rubro-negros pela “final” na Vila Belmiro já era grande antes da bola rolar, mas o sentimento ficou ainda mais intenso nos minutos iniciais, quando o árbitro da partida marcou um pênalti para a equipe mandante. Para alívio do Leão, o lance foi anulado com auxílio do VAR. Apesar do susto, o começo da partida foi equilibrado, já que os dois times construíram poucas chances para finalizações.
O Peixe teve um volume maior de chances criadas, principalmente aproveitando o espaço entrelinhas dos rubro-negros, que apostaram na bola parada para conseguir uma vantagem com a estatura de Renzo López. O jogo neste momento, no entanto, pecou no quesito “bola no chão”. Pouco inspirados, a partida se resumia a um “bate rebate” no meio de campo ou em cruzamentos com cabeçadas mal sucedidas.
O tempo foi passando e a incapacidade ofensiva das equipes foi piorando, com os atacantes de cada clube tocando cada vez menos na bola. A maior chance do Vitória surgiu em um vacilo da defesa adversária. Aos 35 minutos, Aitor Cantalapiedra lançou a bola para a área, Escobar cortou e o goleiro Gabriel Brazão derrubou Renzo López. Após revisão no vídeo, a penalidade foi marcada e Matheuzinho assumiu a responsabilidade. Na cobrança, o camisa 10 bateu bem e abriu o placar, dando fim a um jejum de seis meses.
Tudo o que o Vitória não sofreu nos 40 minutos, foi compensado no restante do primeiro tempo. Após o gol sofrido, o Santos se lançou ao ataque e passou a impor um ímpeto ofensivo agressivo na equipe rubro-negra, que tentava desafogar a pressão paulista com o centroavante ganhando a bola aérea e mantendo a posse no campo de ataque. Essa pressão, no entanto, não foi traduzida em um empate.
Diferente do primeiro tempo, a etapa final começou “ligado no 220”. Dentro da estratégia de cada clube, os momentos de ataque contra defesa se tornaram mais constantes. O Santos novamente apostando em forçar o passe entre as duas primeiras linhas dos baianos, enquanto o Leão se fechou e mirou nas transições em velocidade para surpreender os donos da casa.
Com a piora do time de Jair Ventura, o Peixe cresceu e passou a dominar a partida por completo. O cenário era apenas um: O Vitória se defendendo e se livrando da bola, enquanto o Santos tentava desesperadamente chegar ao empate. Por cima, por baixo ou com chutes de fora da área. Não importava como, já que o objetivo era só tentar vencer Lucas Arcanjo.
O trunfo do Leão para desafogar continuava sendo seu centroavante de 1,92 m. Enquanto esteve em campo, o atacante teve sucesso em segurar a bola no ataque e sofrer faltas importantes para diminuir a temperatura do jogo. Os rubro-negros até tiveram chances de ampliar a vantagem com Lucas Braga e Osvaldo, mas a falta de qualidade no último terço impediu que o Vitória fosse efetivo nas poucas oportunidades criadas.
Os últimos minutos foram apenas de sofrimento. Um flashback passou na mente de todo torcedor rubro-negro quando a pressão santista foi aumentando e o tempo foi chegando ao fim. Ataque atrás de ataque, a defesa do Leão foi fundamental para afastar as investidas paulistas, que foram se tornando cada vez mais frequentes. Até que não deu mais tempo, e o Vitória venceu.
FICHA TÉCNICA
Santos 0 x 1 Vitória – 29ª rodada do Campeonato Brasileiro
Santos: Gabriel Brazão; Igor Vinícius, Adonis Frías, Luan Peres e Escobar; Willian Arão (Victor Hugo), Zé Rafael (Gabriel Bontempo), Barreal (Robinho Jr.) e Rollheiser; Guilherme (Tiquinho Soares) e Lautaro Díaz. Técnico: Juan Pablo Vojvoda.
Vitória: Lucas Arcanjo; Edu (Neris), Lucas Halter e Zé Marcos; Cáceres, Baralhas (Willian Oliveira), Ronald Lopes e Ramon; Matheuzinho (Lucas Braga), Aitor Cantalapiedra (Osvaldo) e Renzo López (Carlinhos). Técnico: Jair Ventura.
Local: Estádio Vila Belmiro, em Santos;
Gols: Matheuzinho, aos 40 minutos do primeiro tempo;
Cartões amarelos: Edu, Renzo López, Raúl Cáceres, Willian Oliveira (Vitória); Escobar, Zé Rafael (Santos)
Arbitragem: Rafael Rodrigo Klein (RS), auxiliado por Maira Mastella Moreira (RS) e Gizeli Casaril (SC);
VAR: Emerson de Almeida Ferreira (MG).
(Correio24hs – Foto: Victor Ferreira/EC Vitória)