Após 02 anos sem a maior festa de rua do mundo por causa da pandemia da Covid 19, a expectativa é grande para o início do Carnaval 2023. Aqui você terá a cobertura mais completa da festa. Nessa reportagem especial o repórter Luiz Santos entrevistou o cantor, compositor, percussionista e arranjador, Alexandre Guedes, da Banda Motumbá, que tem um vasto currículo quando se trata de música baiana. Alexandre possui mais 20 anos de carreira e está no comando da banda desde a sua criação, em 2004.
Um pouco mais sobre Alexandre Guedes
Alexandre Guedes foi quem comandou a primeira formação da banda Timbalada, dando voz ao sucesso “Canto pro Mar” e também regeu o Arrastão da banda Timbalada e coordenou o Zárabe. Ao lado de Carlinhos Brown, participou da turnê do disco Omeletman gravando “Memórias, Crônicas e Declarações de Amor”, de Marisa Monte. Alexandre também idealizou a banda “Baianada”, onde atuou como cantor, compositor e arranjador e participou dos discos “Netinho”, do cantor baiano, “Tropicália 2”, de Caetano Veloso e Gilberto Gil, e “Brasileiro”, de Sérgio Mendes. Alexandre também fez aulas de percussão no Conservatório de Música através do Workshop na cidade de Copenhague, na Dinamarca.
Alexandre contou sobre suas expectativas para o Carnaval 2023.
“Estamos bastante motivados, uma grande expectativa, porque estávamos nos preparando para o Carnaval passado, mas foi cancelado, certamente viremos com mais recheio, um repertório mais eclético, levando alegria, dança, arte e muita música, buscando estar junto do povo, faremos um Carnaval muito feliz”.
LS – Como está a agenda de shows para fevereiro?
Alexandre Guedes – Por enquanto estamos montando a nossa agenda de shows, porque estamos associando a capital com o interior, organizando as coisas de modo correto para fazer uma festa bonita, estamos ajustando nossa agenda, mas ao mesmo tempo falando para as pessoas que durante o verão faremos nossos ensaios em duas ou três edições no Centro Histórico do Pelourinho.
LS – O que você traz de novidade para o carnaval desse ano?
Alexandre Guedes – Nós que trabalhamos com música, sempre ficamos inquietos, sempre querendo trazer novidades, acabamos de lançar nas plataformas digitais, a música “com dinheiro ou sem dinheiro”, que fala da situação da população, de uma forma descontraída, alegre, para animar as pessoas. Na música, utilizamos as expressões “sextou, partiu, mandei chamar, o contatinho quer embrasar, brotei na pista sem condição, entrei no jogo e botei fogo no calor da sedução”, que é a questão de se levar o amor sempre a frente. Certamente estamos buscando inovar sempre que podemos e trazer algo diferente.
LS – Qual a sua análise do cenário musical atual?
Alexandre Guedes – Vamos do sagrado ao profano, quando vamos ao profano, nos preocupamos em trazer alegria, diversão e certamente no futuro, so vai perdurar quem trouxer algo que traga essa mensagem, que fortaleça a cultura, a nossa música, nosso ritmo, temos essa preocupação, a Motumbá, já nasceu dessa forma, Alexandre Guedes já traz em sua trajetória esse cuidado, para nós isso é muito tranquilo e não abrimos mão de trazer uma música de reflexão e a reflexão traz alegria, desde que contemos uma história bonita.
LS – Qual a importância de Margareth Menezes no Ministério da Cultura para os artistas da linha afro?
Alexandre Guedes – É muito importante para cada dia fortalecer, quando vemos uma representante como Margarete no dá mais esperança para a nossa cultura, para a nossa arte, esperamos que deixem-na trabalhar, continuar com as ações de sempre na música, na arte, evidenciando a música negra, acredito que isso ficará mais positivo e teremos uma abertura maior, uma porta mais larga de acesso.
Alexandre Guedes finalizou dizendo se sentir bastante emocionado, com a celebração dos 32 anos da banda Timbalada, organizada por Carlinhos Brown e comentou sobre a música que compôs em homenagem ao pai de Carlinhos Brown.
“Foi uma celebração muito bonita, bacana e ao mesmo tempo singela e para mim particularmente, tem um tom mais especial, porque comecei junto ele tudo isso, volto para fazer essa participação de uma forma que Deus me possibilitou fazer um hino da Motumbá, que é a música “Bororo” que é uma homenagem ao pai dele, naquele momento foi um arrepio geral, em especial para mim, poder retribuir dessa forma, não tenho palavras, somente gratidão, concluiu.
(Reportagem: Luiz Santos e Edvaldo Peixoto)
