Há um ditado popular que diz: “Os últimos serão os primeiros”. E esse ditado popular se encaixa perfeitamente na história da nossa entrevistada, a ex-vocalista da banda Timbalada Patrícia Gomes, que foi a última a se apresentar em um teste para escolha do vocal feminino da Timbalada, mas foi a primeira escolhida para fazer parte da banda. Em mais uma reportagem especial de Carnaval, Edvaldo Peixoto entrevista Patrícia que conta sua expectativa para o Carnaval 2023, ao repórter da Rádio Sociedade News FM 102,2. confira.
“Estou numa expectativa muito grande, comecei a trabalhar bem antes do Carnaval, estou com vários projetos, tem o meu trabalho solo com a minha banda, domingo de Carnaval com o bloco Timbalada, com Carlinhos Brown e os ex-integrantes da Timbalada, Ninha, Xexéu, Alexandre Guedes e Augusto Conceição, eu mesmo fiz um show com o projeto feminino Timbaladies, tem camarote, arrastão com Brown e na terça-feira com ele também no Campo Grande.
Patrícia Gomes conta como chegou na Timbalada.
“Através de um convite de um timbaleiro, que já tocava na Timbalada, naquele barro onde tudo começou, Coelho, que hoje mora em Portugal, soube de uma audição para cantora e me chamou, nunca imaginei que seria a cantora, porque eu queria ser professora, custou um pouquinho, mas fui fazer o teste, lá estavam várias cantoras, cheguei as 11 horas da manhã e lá para as 18hs, a banda já estava saindo, todas tinham feito o teste. Cícero Menezes, sócio de Brown a época, falou com ele que eu ainda não tinha cantado, comecei a cantar e pronto, foi assim, todo mundo gostou, graças a Deus, no dia seguinte, já fui gravar Toque de Timbaleiro.
Sobre a emblemática capa que mostra os seus seios pintados, Patrícia disse que não se via como um símbolo sexual, porque as coisas naquele tempo eram bem diferentes.
“As coisas naquela época eram completamente diferentes, era um trabalho artístico, hoje em dia não, sou muito de boa para essas coisas, é um trabalho como qualquer outro, que a pessoa sai da sua casa de manhã cedinho e vai trabalhar para conseguir o pão de cada dia, seu salário para pagar suas contas, sempre tive essa visão, nunca me vi como artista”, afirmou.
Para Patrícia, a Timbalada é importante não só como banda, mas como projeto social, porque mudou a vida das pessoas.
“Candeal pequeno era uma coisa, depois da Timbalada transformou-se em outra, isso é fato, parece a Barra que os turistas vem, porque todo mundo quer conhecer onde é o gueto, essa coisa boa que com o trabalho e inteligência de Brown conseguiu passar para as pessoas, isso é muito importante para o bairro, quando tem evento os moradores colocam suas coisas para vender, movimentando o comércio local e garantindo o sustento das famílias”, disse.
Para a timbaleira, o momento mais marcante da sua carreira foi o show no Japão.
“A que mais me marcou, pelo fato de ser muito longe, no Japão, nosso primeiro CD foi um sucesso tão tremendo que fomos ao Japão, e quando chegamos, fui recebida com flores, fiquei bastante emocionada, e até pela época não imaginávamos chegar tão longe, foram 23 horas de avião, e quando fui cantar, me emocionei, ao pular tropecei na caixa de som, nunca esqueço disso, é lindo, parece triste mas não, é emocionante.
Patrícia se emociona ao falar sobre o reencontro com ex-companheiros de Timbalada em show ocorrido no Candyall Ghetho Square, no dia 11 de dezembro, segundo ela, algo que não se vê mais hoje em dia.
“Foi emoção, lágrimas, risos, alegria, aquela mistura que infelizmente não vemos muito hoje, foi aquela lembrança, de você olhar para o braço e ver que está todo arrepiado, algo que você gostaria de explicar mas não consegue, foi o que pintou naquele Gueto, há muito tempo as pessoas vem pedindo essa junção, esse momento, aqueles fãs que realmente são timbaleiros raiz queriam ver, e graças a Deus, Brown ouviu esse clamor e resolveu fazer essa coisa linda que foi feita no Candyall Ghetho Square”, disse.
A vocalista disse que tem muita vontade de voltar a se apresentar na Micareta de Feira, mas que infelizmente, não depende somente dela.
“Eu bem que gostaria de estar na Micareta de Feira, mas não depende de mim, vamos tentar, mas espero que dê tudo certo, para mim é uma honra, porque sei o tamanho do carinho que o povo feirense tem por mim e pela Timbalada, é sempre um motivo de alegria participar da maior Micareta do Brasil”.
Agenda para o Carnaval 2023
“Gostaria muito de convidar a todos, para fazer parte desse maravilhoso Carnaval tão esperado, depois de dois anos com essa pandemia, que nos deixou muito tristes e saudosos, venham participar com muito amor e carinho, estarei no sábado (18) pela manhã no Campo Grande com bloco infantil, no domingo (19) no circuito Barra/Ondina com o bloco Timbalada, terça-feira novamente no Barra/Ondina tudo isso junto com Brown e no arrastão que não pode faltar que começa às 10h. É inexplicável, surreal, é muita emoção que bate na gente, esse arrastão quem inventou foi o Brown, hoje alguns cantores já fazem, mas antes só saía a Timbalada, todo mundo acabado da terça, mas tinha gente que já ficava lá para o arrastão na quarta e era a coisa mais linda”, finalizou.
(Reportagem: Edvaldo Peixoto e Luiz Santos)