Investigação do TCU foca em ONG contratada para remover lixo em Roraima

O Tribunal de Contas da União (TCU) está investigando o repasse de R$ 15,8 milhões a uma ONG de São Paulo, ligada ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e historicamente associada ao Partido dos Trabalhadores (PT). A organização foi contratada para realizar a retirada de lixo em terras indígenas Yanomami, em Roraima.
O vínculo foi firmado em dezembro de 2024 pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Segundo o ministro Walton Alencar Rodrigues, do TCU, o caso apresenta “claros” sinais de desvio de recursos. “Os valores foram repassados com uma rapidez estonteante. Há indícios de desvio de dinheiro público, isso é absolutamente claro para mim”, declarou o ministro.
A organização contratada é a Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários do Brasil (Unisol), que está localizada em uma sala de aproximadamente 40 m² no subsolo da sede sindical em São Paulo. O contrato foi firmado pela Secretaria Nacional de Economia Popular e Solidária (Senaes), liderada por Gilberto Carvalho, ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência durante o governo Dilma Rousseff (PT).
Segundo o TCU, o contrato foi firmado em parcela única, sem cronograma de desembolso e sem anexo das atividades, sendo considerado atípico. Além disso, o valor destinado à Unisol foi o segundo maior empenhado para a ação orçamentária “gestão de políticas para povos indígenas” em 2024. Como solução, o tribunal proibiu qualquer movimentação financeira por parte da Unisol utilizando esses recursos até nova deliberação. (BNews)